O dia que a beata mandou tudo à... fogueira

Eu fui criada numa religião, apesar de seguir outra, e aprendi a respeitar todas as crenças, mesmo não concordando com alguns métodos.
Apesar de religião não ser um assunto de meu agrado, como aprendi a ser uma boa ouvinte, comecei a ouvir essa história, que, por final de contas foi uma ótima pedida para as linhas deste blog.
Conheci várias pessoas que em momentos drásticos, depois de levar umas porradas da vida, antes de largarem mão de tudo e se jogarem do Edifício Asa, resolvem se dar uma chance e procuram caminhos alternativos.
Nestes caminhos alternativos, o lado espiritual sempre vence.
Então, a fulana, num destes momentos de sua vida (sim, ela será chamada de fulana, porque a história é real, e não quero causar desconfortos) procurou um desses caminhos alternativos, e foi parar na Igreja X (se é que podemos chamar de Igreja, porque, para mim, Igreja sempre foi sinônimo de um lugar sagrado, e freqüentado por pessoas de bem).
Então, a fulana passou dois anos freqüentando esta “Igreja”, perdendo noites de sono lendo e tentando entender algumas coisas que só Deus mesmo explica.
As experiências desses dois anos ela não dividiu conosco, talvez por vergonha.
Em suma, um belo dia, ela resolveu fazer um propósito.
Ok. Pausa para explicação de Propósito. Propósito nesta, e possivelmente em outras religiões, seitas, sei lá o que trata-se de que o fiel deve guardar todo o dinheiro que ganhar durante o mês e ceder à Igreja, reservando apenas para suas necessidades de alimentação.
Seria um propósito de Fogueira Santa.
Mais uma pausa. Fogueira Santa: explicam alguns, que, antigamente, os fieis guardavam o que tinham de melhor durante o mês (melhor cabeça de gado, melhor plantação) e colocavam fogo. A fumaça produzida pela oferenda, seguia para os Deuses, como forma de agradecimento e pedido de fartura.
O que??????????? Então o dinheiro dela seria queimado?
Felizmente ela pensou nisso antes de ceder seus suados R$ 370,00, e questionou o ... ... bom, o ser que comanda este lugar. Como, óbvio não houve uma resposta plausível, e ainda ela foi motivo de chacota, pois o ser riu da cara dela (afinal, hoje os tempos são outros, e ninguém queimaria dinheiro né?), ela foi assistir o culto, a missa, seja lá o que for, e ficou pensando no dinheiro sendo queimado ou indo para os gordos bolsos dos dirigentes.
Pedindo perdão à Deus, foi embora dali para nunca mais voltar.
Acabou.
O que?
Você quer saber dos R$ 370,00?
E você acha que ela estava pedindo perdão à Deus porque?
Iam ser três longos dias bebendo a oferenda, já que as contas já estavam atrasadas mesmo, manda descer mais uma e não passa a régua ainda!