sexta-feira, 25 de abril de 2008

Nostalgia já?????

Será que eu estou ficando velha? Será que só a minha época foi boa e com um pouco mais de contexto?
Tá, eu sei que na época da minha mãe, ela aproveitou muito mais que eu, a adolescência, os namoros na janela, as músicas dos anos 70, que na verdade quem gosta mais sou eu.
É engraçado como as coisas estão melhorando tanto em alguns aspéctos e piorando tanto em outros.
Então vamos lá... Na década de 70 o que se ouvia? Até onde eu sei (não que eu me lembre, porque eu nem era projeto de gente ainda) o que rolava era Bethânia, Rita Lee, Raul Seixas, Chico, Elis, entre outros grandes (que inveja de não ter vivido nesse tempo). E lá fora era Janis, Billy Paul, Led Zeppelin, Doors (realmente lamentável pra mim).
Na década de 80 (essa eu peguei o finalzinho) estouravam Blitz, Fernandinha Abreu, Kid Abelha, Paralamas, e lá fora nomes como Nirvana e U2.
Tudo bem, vamos deixar de lado os posteriores escândalos ocorridos com Jim Morrison, Kurt Cobain e outros.
O que eu quero falar é sobre a qualidade, indepenente do gênero. Isso já existiu. Hoje eu gosto de músicas que a minha mãe e meu pai ouviram na década de 60, 70 e 80.
Eu me lembro bem de um nome que estourou na minha época de adolescente: Gabriel Pensador. Suas músicas eram rebeldes, com palavrões, mas tinham um objetivo.
Me recordo bem de um professor (acho que estava na 7ª ou 8ª sério) que levou uma música com letra deste gênio maluquinho pros alunos. Tomo a liberdade de colocar um trechinho aqui.

"... Manhê! Tirei um dez na prova me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova
Decorei toda lição
Não errei nenhuma questão
Não aprendi nada de bom
Mas tirei dez
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Decoreba: esse é o método de ensino
Eles me tratam como ameba e assim eu não raciocino
Não aprendo as causas e conseqüências só decoro os fatos
Desse jeito até história fica chato..."

Pois é.
E agora, com todo respeito ao gosto alheio e aos meus ouvidos, eu pergunto:
Se eu tiver um filho, um neto, eles vão gostar de Creu? Piriguete? Do que se trata isso??
O que isso está ensinado, ou fazendo pensar?
Pra mim música sempre precisou ser bonita, melodiosa, que me fizesse pensar nas lindas letras (caso de EU TE AMO, do Chico), ou não. Mas pelo amor de Deus, que não fizesse apologia à traição, falta de bom senso, de responsabilidade e de respeito consigo mesmo!

Na verdade
"... Eu devia agradecer ao Senhor por ter tido sucesso na vida como artista"
dentre tantas outras coisas conquistadas
"Mas confesso abestalhado que eu estou decepcionado
E agora me pergunto: e daí?
Eu tenho uma porção de coisas grandes pra conquistar e eu não posso ficar aí parado"

Por isso não ficarei calada!

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Do feminismo à felicidade


Quando começamos ensaiar ANALICE EM BUSCA DO HOMEM PERFEITO o assunto começou a ser discutido entre o elenco, os amigos, os familiares, e nas rodas de boteco.

É engraçado como quando se trata de relacionamento cada um tem uma opinião, que pode ser mudada a cada conversa dessas, ou a cada relacionamento acabado.

Ouvimos falar por aí, por todos os lados, por homens, por mulheres, por machistas, por feministas, por conservadores sobre o que é certo e o que é errado se fazer para que um relacionamento dê certo.

Já ouvi falar que o casal deve ter os mesmos sonhos e objetivos, enquanto outros acham que cada um deve ter uma carreira diferente para que não haja competição (Meu Deus!! E eu que achava que relacionamentos se baseavam em companheirismo e não em competições). Há os que acham que a mulher deve ser mais velha, assim pode "domar" o homem (e eu que queria um homem, não um bichinho de estimação), e por aí...

Idade, opção profissional, status social... Me desculpe se alguma dessas é a sua opinião, mas é tanta asneira que eu não aguento!

Eu juro que não sou uma machista conservadora, mas aquela Carta da Amélia pra mim é o texto da década, apesar do seu extremismo. Não concordo com o texto na íntegra, mas ele nos faz parar para pensar quais os nosso reais valores. O que é mais importante? A sua carreira, contatos importantíssimos, telefone que não pára de tocar, fechar negócios até nos finais de semana e, consequentemente não ter tempo para se cuidar ou viajar, apesar da grana que você ganha?

Entremos na época do equilíbrio!

Parem! Todos! Me diga que não é mais importante ser feliz?

Mulheres feministas são o exemplo mais claro da contradição. Entram em conflito a todo momento. Se julgam independentes, auto suficientes, felizes com seus empregos... Então conhecem um homem, e saem pra jantar. Deus me livre se o cara não paga a conta! Deus me livre se não abre a porta do carro! Deus me livre se não abre a porta e me deixa entrar antes! Ou você é auto suficiente e não se importa com cavalheirismos, ou pare pra pensar.

A conquista da mulher no mercado de trabalho, na vida social e política é evidente, então a continuidade desse movimento pra mim é desnecessária!

As mulheres e os homens continuam sendo homens e mulheres, continuam tendo seus lugares segundo sua natureza, e nenhum movimento conseguiu destruir isso!

A mulher é da organização, o homem da prática, a mulher é delicada, o homem é força. Isso não significa que o teu namorado só vai te mandar flores porque você quer. Sim, acreditem, homens choram, têm sentimentos, e amam.

Se não fosse assim, não teria graça nenhuma conviver com essas diferenças, se aceitar, se respeitar, se conhecer... Bom, e eu não teria sobre o que escrever no blog hoje... hahaha.


(Imagem de O sexo do Verso)

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Mais louco é quem me diz que não é feliz

Dia desses, estava eu com uma pessoa normal na rua, e estávamos a pé, e perdidas. Tem uns lugares aqui em Curitiba que parecem outro mundo.
E numa dessas, não é que econtrei um ser de outro mundo?
Como eu não sou homem, nem faço parte do grupo de curitibocas que dão fama à nossa antipatia e frieza, fui pedir informação.
Naquela rua movimentadíssima só havia uma criatura a quem podíamos nos dirigir. A figura estava com uma vara de pescar na mão. Até aí, tudo normal. Tem cada coisa doida que eu vejo na rua, e prefiro não citar aqui, e ninguém acha anormal.
Bom, voltando à vara de pescar... Ela seria normal, se não fosse um aparelho de proteção contra o sistema e "aqueles que estão nos vendo". SIM. Eu estava falando com um louco. Louco de pedra. Para minha alegria, e desespero da pessoa que estava comigo, que apesar e não ser curitibana, não quis dar trela ao papo do maluco, e se recusou a fazer um laboratório comigo, me olhando meio apavorada, meio com deboche, de longe...
Então, eu e o maluco iniciamos nossa curta conversa nada sã. Eu perguntava uma coisa, e o maluco me respondia outra. O que ele queria me explicar é que os sistemas sabiam de tudo o que se passava, e que por exemplo, se ele tivesse ali, naquele momento uma dor de estômago, "eles" saberiam. E isso tudo foi demosntrado com seu aparelho protetor (a vara, lembram??) em cima de um mapa de Curitiba (aqueles que ficam nos pontos de ônibus).
Bom, para ajudar, nessa mesma hora sobrevoou logo acima das nossa cabeças um avião de pequeno porte, daqueles do aeroporto Bacacheri. Quando olhei pra cima, meu novo amigo logo me olhoucom um ar de quem sabe tudo e disse "Viu?? Eles estão de olho!!" E agora, rir ou me juntar à outra apavorada?
Para encurtar minha conversa de sanatório, preferi dar tchau e desejar uma boa pesca ao meu amigo. Ele me olhou novamente com aquele olhar reprovador e descrente, riu da minha cara antes de virar as costas e ir embora com sua vara de pescar ilusões.
Afinal, quem era o louco da história???

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Você consegue contar quantas estrelas tem no céu?


Hoje Curitiba adormeceu com o céu estrelado
com amantes sorrindo
com boêmios acordados
Hoje Curitiba adormeceu com sonhos maiores
com realizações concretas
com sorrisos fáceis
Hoje Curitiba viu uma noite linda,
meio inverno, meio verão
Hoje Curitiba ouviu melodias maravilhosas
resgatadas de um tempo perdido
de um tempo retomado
e de um tempo novo

domingo, 6 de abril de 2008

O sonho virou realidade




O sonho virou realidade
Analice subiu ao palco do Teatro Fernanda Montenegro com muita magia e beleza, além da irreverência e das risadas.
O que falar de Cleiton Amorim, que chegou num ensaio há menos de 2 meses, e confesso que não sabia o que seria dele nesta companhia. Hoje não precisamos pensar nisso, o público nos disse. O bêbado criado por Samuel Rangel e lapidado pela criatividade deste grande ator trouxe a pimentinha extremamente necessária à peça;
Evelise Miranda, mais uma das novas integrantes. Na verdade nem me lembro como Evelise apareceu nas nossas vidas, mas já em Trupe de Elite mostrou à que veio, e apesar do pouco tempo de ensaio que esteve conosco garantiu sua presença em Analice;
Michelle Rodrigues, aquela carinha linda e meiga que também chegou à pouco na companhia, e já faz parte disso tudo. Mostrou ontem que não é só mais uma carinha bonitinha;
Gustavo Stella, nosso caçula, com sua tranqüilidade nos ensaios, nas coxias, nos camarins, um anjo boêmio que talvez ainda nem saiba o quanto pode voar;
Boi para os íntimos. João Carlos Jardim. Esse cara precisa saber da sua importância. Chegou na companhia no início do processo de Analice deste ano. Quietinho e tímido, ninguém imaginava que sua dedicação poderia nos mostrar o quanto ainda pode e vai realizar;
Flavinho Banderat, grande músico, agora é um artista com mais uma faceta. Seu dom de encantar as pessoas com a música veio trazer ainda mais beleza à uma das cenas de Analice;
Ah, Déia Truppel, pequenininha, mas faz um estrago. Analice odeia muito a Tati, mas a Vanessa ama a Déia Truppel. Esse anjinho já está na companhia a mais tempo, já participou de Analice em 2007, em Trupe de Elite nas 2 temporadas, e nos mostrou que de uma companhia julgada maluca por muitos, pode surgir grandes talentos. Sua alegria e voltagem 220 sempre anima os ensaios;
Fábio Alegretti, que é o mais velhinho da turma, haha... ou ele não sabe, ou sua humildade não permite demonstrar nos bastidores o grande ator que é, mas quando entra em cena, vira um gigante;
Mônica Bezerra, outra gigante da música que trouxe beleza e emoção à peça com sua linda voz, e que em breve estará em cena conosco;
Oliver Hautsch, pegou o barco andando e teve que trocar de lugar algumas vezes. Assim são os anjos boêmios, e por isso é tão difícil e tão gostoso acompanhar a cabeça do cabeça, e mesmo com tudo isso deu conta de subir ao palco e fazer a sua parte;
Valdo de Souza, o cara mais tímido da companhia, também chegou quietinho, e acabou subindo ao palco pela primeira vez. Segurou personagem na maior tranqüilidade, e ontem, depois da euforia, quando estávamos bebemorando foi que percebi que esse já é nosso;
Janaina Pereira, essa sempre me acompanhou, desde outros projetos fora da companhia. È aquela que entende o mau humor, que dá apoio ou o silêncio quando estes se fazem necessários. Obrigada por estar me segurando sempre;
Garotão, só pra nós, o Luiz Aguiar Jr é isso o que vocês viram, o queridão da companhia, fazendo malabarismos entre a profissão e os ensaios, obrigada à você, nosso sempre Pereba, haha;
Agora, você, o grande e maior anjo boêmio, ou como você adora, “paizão da companhia”, Samuel Rangel. O que seria de todos esses talentos, perdidos? Tenho certeza que digo em nome de todo elenco, e se não fosse, só a minha admiração por você bastaria agora. O jeito de lidar com cada um de nós, de entender cada dificuldade, cada momento difícil, e além de respeitar conseguir lidar com isso de uma forma única. Cada dia você cresce aos meus olhos. Já agradeci uma, duas, três vezes, mas vou agradecer todos os dias à você Samuel Rangel, pelo encantamento renovado do teatro, pelos desafios, por tudo. Hoje eu sinto que faço parte disso tudo. Hoje eu sou uma anjinha boêmia, e me orgulho disso mais do que qualquer pessoa possa fazer idéia. Obrigada pela confiança depositada em mim, mesmo achando que não mereço tanto, fiz, faço e farei sempre mais por esse sonho que agora é meu também.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

As madrugadas de Curitiba


Nas madrugadas de Curitiba tantas coisas acontecem que só os boêmios conhecem e entendem
As madrugadas de Curitiba estão cheias de crianças perversas e inocentes
Nas madrugadas de Curitiba músicas rolam, mocinhos bandidos se viram, e sonhadoras suspiram
As madrugadas de Curitiba são frias e quentes
São estreladas e nubladas
São longas e muito curtas
As madrugadas de Curitiba cospem sonhos perdidos
Quando se vê amanheceu, e os cabelos despenteados descansam no travesseiro e corpos cansados desmaiam o sonho sonhado acordado.