quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Caminhos que percorri até voltar pra casa

Você estava lá e eu aqui;
Tão perto e tão longe.
Eu me mantive aqui, mas você já estava ali, ao alcance dos olhos e das palavras (às vezes arredias).
Você ficou mais próximo. Não pela estrada principal, mas por caminhos alternativos.
Eu até torcia para que estes caminhos te levassem para longe, e te trouxessem alegrias. Mal sabia eu que eles levariam à estrada principal da minha vida.
De repente tudo ficou longe. Eu de você, você de mim.
Mas ai surgiu uma bifurcação e você estava lá, então, trombamos.
E a agitação desse acidente trouxe outros. Pela impaciência e pelas feridas, até um acidente grave, mas necessário.
E você ficou mais longe do que nunca. Só não deu pra esquecer aquele caminho curto, mas tão lindo que havíamos percorrido juntos.
Atravessei riachos muito tranqüilos. Tranqüilos em excesso. Passei por pontes. Pontes podres que rangiam enquanto eu as atravessava. Conquistei paraísos, comi maças envenenadas.
Pensei que tivesse caído e que tivessem me resgatado, mas só tinham me mudado de poço.
Alguns poços eram agradáveis, arejados, mas não me permitiam enxergar a luz do sol que eu sempre tanto gostei.
E eu comecei à vê-lo em meus sonhos, delírios, não sei. De alguma forma você se manteve presente, mas era só uma lembrança. Boa lembrança, que não doía mais.
E você quis reaparecer quase todos os dias, mas o poço era fundo, e lá permaneci. E o poço começou a encolher, ou eu que comecei a crescer tanto dentro dele, que já me causava fobia. As paredes iam me comprimir.
E tão rapidamente que mal pude perceber, tinha sido expelida, cuspida para fora daquele que me causava apertos na alma. Cuspida direto em seus braços, em seu olhar. Aí percebi que tinha voltado pra casa.

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