quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Amélia que era mulher de verdade?


Amélia que era mulher de verdade?
Era sim.
Mas hoje não existe mais a Amélia. Hoje existe a Joana, a Rita, a Mariana.
A mulher de hoje tem um pouco de Amélia sim. E deve ter. Só que ela não mostra porque você não deixa.
A mulher de hoje conquistou seu espaço profissional e social. Ponto! Não está bom? Pra que continuar a queimar sutiãs? Porque você a critíca, a ofende, a questiona.
A Amélia era feliz, só que um dia a Amélia começou a sentir falta de alguma coisa, e começou a sentir falta do homem que também não existia mais ao seu lado. Por isso ela começou a sua rebelião pelas ruas, por isso ela jogou as toalhas ao vento, por isso ela largou o fogão e a pia.
A Amélia além de tudo começou a sentir falta do companheiro, que um dia ela teve. Ela começou a sentir falta da fortaleza que a carregava, e foi obrigada a se carregar sozinha.
Hoje, a nova Amélia quer cozinhar pra você sim, mas enquanto você a beija, não enquanto você fica assistindo futebol na frente da televisão babando no sofá.
A nova Amélia quer se arrumar pra você sim, pra sair com você, pra se sentir amada e desejada por você.
A nova Amélia quer ter filhos sim, menos, é verdade, mas ainda quer tê-los, e quer criá-los com você do lado, com olhar severo de pai, e o olhar meigo dela, da mãe.
A nova Amélia quer que você esteja bem vestido e cheiroso para ir trabalhar, não para você se mostrar para os amigos, mas para estar bem para ela, como ela faz com você.
Só que a nova Amélia quer ser levada a um motel por você, e poder ser ela mesmo, sem vergonha, sem críticas, sem repressão.
A nova Amélia quer te fazer feliz. E ela sabe como. Ela só não faz porque você não deixa. Ela sabe que deve ser uma dama na sociedade e uma puta na cama, mas você não deixa.
Você a recrimina por ser gorda, por ser magra, por usar roupas que mais parece uma velha, por usar roupas que parece vulgar.
Você a recrimina por ela gostar de crianças e parecer uma Amélia, e também, a recrimina por querer ser uma executiva que não dá valor à família.
Você deixou a nova Amélia confusa.
O que você quer dela?
Agora, depois da repressão total e das rebeçiões que ela criou, ela está tentando encontrar um equilíbrio. E você não está ajudando.
Pare e pense. O que você quer?
Que tipo de mulher você quer?
Esqueça. Jamais seremos óbvias.
Somos fortes, mas precisamos de colo.
Somos lindas, mas há dias que não tem maquiagem que resolva nosso mal humor.
Somos bem amadas, mas não adivinhamos. Precisamos de provas.
Somos independentes, mas precisamos de cuidado.
Somos mães, mas precisamos de pais.
Somos mulheres e por isso precisamos de homens.
Seja pai, filho, amigo, mas seja antes de tudo, o homem da sua Amélia.

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