Indescritível.
Ok. Eu não fui indicada como melhor atriz, atriz coadjuvante, ou atriz revelação, ou mais ainda, com direção (AINDA), mas eu estava lá, nas cadeiras reservadas sendo indicada junto à Neusa Cascaes e Fausto Cascaes com a peça “O garanhão da melhor idade” como melhor peça Saltimbancos para o Troféu Gralha Azul – Teatro Guaíra 2008.
Eu nunca tinha participado de uma indicação, nem sequer tinha ido assistir à premiação.
Enfim, estava eu, lá, na porta do Guairinha, dia 10 de março de 2009, às 19.22 h., esperando o teatro abrir às 19.30 h..
Logo chegaram meus amores e torcedores, minha melhor amiga, Janaina Pereira (também atriz), e meu amor, companheiro, amigo, amante, Fábio Kuchanovicz. Pouco depois, Neusa e Fausto Cascaes, junto com sua pupila, filha, neta, apoiadora, Suelen.
Ali vi várias pessoas da classe, conhecidas, e não, antigas e nem tanto. Diretores, atores, curiosos, malucos, antigos e atuais colegas....
Logo que as portas se abriram, juntei-me à Neusa e Sr. Fausto, e sentei-me muito orgulhosa, numa das cadeiras reservadas aos indicados. Eu sei que pra tantos, isso possa parecer uma tolice, mas para mim foi um momento inesquecível, mágico. Ao meu lado, Janaina e Kucha, me apoiando, e espiritualmente, minha mãe e minha vó, em casa, que torciam e esperavam ansiosas por uma ligação minha dizendo “Sim. Ganhamos!”.
Para mim era como um “The Oscar go to...”, e lá começaram Áldice Lopes e Bia Reiner aos trabalhos da noite.
Vamos aos premiados:
- Coreografia foi para CARMEM JORGE, pela peça “Peter Pan e a terra do nunca”;
- Texto original ou adaptado foi para PATRICIA KAMIS, pela peça “Nacional Kids”. Esta merece destaque no recebimento do prêmio, já que tenho certeza que não emocionou só a mim, mas como a muitos na platéia, agradecendo à tantos, mas à família em especial, que a apoiou na sua decisão de ser artista, uma profissão tão difícil nos dias de hoje.
- Maquiagem foi para MARCELINO DE MIRANDA, pela peça “O Circo Mundi”;
- Adereço foi para CRISTIANE CONDE, pela peça “Estórias brincantes de muitos paizinhos”, que não se destacou tanto no recebimento pela sua ausência justificada, mas se destacou pela representante que mandou em seu lugar para recebimento do prêmio, uma criança linda que emocionou os presentes;
- Cenário foi para LEOPOLDO BALDESSAR, pela peça “O Diabo é meu amigo”, prêmio recebido pelo Fiani, que dirigiu brilhantemente a peça (essa posso falar de cadeira, pois assisti);
- Figurino foi para CRISTIANE CONDE, com a peça “Estórias brincantes de muitos paizinhos”, recebido novamente pela criança, da qual eu ainda não sei o nome;
- Sonoplastia foi para JADER ALVES, indicado duas vezes nesta categoria, com a peça “Habituès, O longo caminho noturno de dois freqüentadores d boteco”;
- Iluminação foi para ANRY AIDER, com a peça “Contos proibidos de Antropofocus”;
- Revelação atriz/ator e Criadores foi para MAREN MIRANDA, com a direção de “Não assim tão longe”, que foi receber seu prêmio emocionada, quase sem palavras. Mauren foi uma revelação no Gralha 2008, mas eu a vejo há anos nos palcos, brilhando. E este com certeza foi um prêmio merecido por esta e tantas outras peças que já atuou;
- Ator coadjuvante foi para FERNANDO KADLUBISKI, pela peça “Laranja Mecânica” que tirou risos e lágrimas da platéia ao beijar o chão do Guairinha e ler suas duas folhas de agradecimento, escritas no dia da premiação, pela manhã, na esperança de poder lê-las logo à noite;
- Atriz coadjuvante foi para GIOVANA DE LIZ, pela peça “Entre lágrimas e cutículas” que foi muito bem representada pelo querido George Sada, que leu seu agradecimento;
- Ator foi para RANIERI GONZALEZ, pela peça “Os psicólogos não choram”, a qual eu confesso não ter assistido, mas que com certeza foi um prêmio merecido pela sua atuação nesta, em tantas outras, e por levar o nome do teatro paranaense ao Brasil;
- Atriz foi para SONA BACILA, pela peça “A Gorda e o anão”, que emocionada contou a história de sua carreira, iniciada há 30 anos;
- Composição musical foi para ARY GIORDANI e DENIS MARIANO, pela peça “Circo Mundi”;
- Direção de espetáculo para criança foi para EDSON BUENO, pela peça “Teimosinho e mandão em dois idiotas sentados cada qual no seu barril”, que foi ovacionado pela classe, depois de ter sido agradecido por colegas em outros prêmios;
- Direção foi para GEORGE SADA, com a peça “Entre lágrimas e cutículas”, numa disputa com Fiani e Edson Bueno;
- Espetáculo saltimbancos (que deixarei para o final);
- Espetáculo para crianças foi para TEIMOSINHO E MANDÃO EM DOIS IDIOTAS SENTADOS CADA QUAL NO SEU BARRIL;
- Melhor espetáculo foi para TROPEÇO, da Tato Criação Cênica, que ainda recebeu o troféu Epidauro, concedido pelo Consulado da Grécia.
Sem contar as homenagens feita no decorrer da entrega, como técnico do ano, para ADAUTO CEZAR DE OLIVEIRA (O magrão), que nos emocionou, confessando que esperou por dez ano o prêmio, e ainda, o dedicou à colegas que já não estão entre nós, mas que foram seus mestres.
E como Prêmio especial, para WASYL STUPARYK, pelos seus cinqüenta (isso, 50, se você entende melhor assim) anos de carreira artística e técnica, especialmente na área de sonoplastia.
Ainda, homenageados da noite foram colegas destaques que já nos abandonaram, mas que estão, com certeza olhando por nós. Entre um dos destaques, Mario Schoemberger, que nos abandonou há quase um ano, em 14 de maio.
Estes foram os premiados e homenageados, mas como pulei, propositalmente o prêmio de melhor espetáculo Saltimbancos, digo agora, entre os concorrentes: “Calota e Gasolina em trânsito”, “O Garanhão da melhor idade” e “Um quarto no vigésimo quarto”, ganhou para minha alegria, O GARANHÃO DA MELHOR IDADE, a qual eu tive o prazer de atuar.
Então, no momento em que ouço o nome do premiado, meus olhos se enchem de lágrimas, eu olho rapidamente para Neusa e Fausto, como se o mundo parasse naquele momento, até que Fausto se dê conta que sim, éramos nós, e se levante, ao lado se sua esposa, companheira, amiga, amante (como ele mesmo disse minutos depois) Neusa, para subir ao palco, não antes de levar um tombo nas escadarias no teatro, talvez pela emoção, talvez pelo peso de seus 62 anos de carreira, ou talvez pelo misto de tudo isso. Socorrido pelos colegas Áldice Lopes e João Luiz Fiani, que muito o respeitam, assim como toda a classe, por ser, talvez, o mais experiente, porque eu não teria coragem de dizer “velho” entre os artistas do nosso estado.
Então Fausto e Neusa brilham no palco recebendo seu merecido prêmio, e ainda, agradecendo tantos que os apoiaram, que os reconhecem, e ainda, pessoas como Suelen, a neta e filha desse casal que sempre está ao lado, o Marlon, seu neto e companheiro de trabalho, que pelas palavras de Neusa “tem futuro”, e agradecendo a mim, Vanessa Pampolini, quando pude somente soltar um grito meio abafado, entre lágrimas, no meio daquela enorme platéia dizendo “Obrigada vocês”, quando na verdade, gostaria de gritar ”Obrigada vocês, monstros do teatro paranaense, por acreditarem em mim, que apesar de 10 anos dedicados à arte me sinto uma criança de berço ao lado de vocês, obrigada pela amizade, além do carinho, da compreensão, do apoio e do voto de confiança”.
Neusa ainda me emocionou ao dizer para todos ouvirem “Vanessa, obrigada. Não desista do seu sonho, menina”. Ter crédito de uma pessoa como você, Neusa, e como você, Fausto Cascaes, é maravilhoso, e é essencial, depois de uma fase de crise, que cheguei a pensar em desistir do meu grande sonho que é fazer arte, que é viver disso.
Este prêmio é para mim um sinal dos céus, do meu grande Deus, de que sim, eu posso, de que sim, este é meu caminho, de que sim, a arte vale a pena.
Obrigada a todos que me apoiaram e a todos que torceram e torcem por mim e pelo meu sucesso.
Obrigada família, por me apoiar, por sonhar comigo. Mãe, vó, pai, namorado, sogra, sogro, cunhada, vósogra, George Sada (por lembrar de mim num momento crucial, me indicando à trabalhar com esses dois, pois se não fosse você, eu não estaria lá), Tia Bia, amigos que foram tantas vezes me assistir, Janaina (minha amiga de todas as horas), Kelly (minha anja, que me ilumina e me mostra o caminho quando estou perdida), Silvanah Santos, Rodolfo Garcia Vasquez, Ivan Cabral, Regina Beraldi (por me iniciar nessa linda arte do teatro, e ainda, da dramaturgia, mesmo sem os recursos necessários), Fátima Ortiz (que talvez nem se lembre, mas me ensinou muito ao me ajudar com minha monografia de pós graduação como tema "Comportamento do público curitibano em relação ao teatro - teatro reginal x teatro nacional" em 2003, o qual fui, graças à Deus muito bem sucedida), ao elenco da Companhia Anjos Boêmios, Samuel Rangel, meu antigo grupo “Por mares nunca dantes navegados”, e tantos outros que fizeram e fazem parte do meus sonhos.
Este foi apenas o primeiro passo para uma grande vitória. Eu sei, eu acredito.
Vanessa Pampolini
terça-feira, 10 de março de 2009
Como é ganhar um Gralha azul?
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3 comentários:
Existem pessoas que merecem todo o sucesso que o mundo pode lhe trazer, uma destas é você! Com toda sua determinação força de vontade e garra! Te parabenizo por esta vitória e desejo toda a felicidade do mundo (porque sorte é só pra quem não tem competência! rsrsrs), continue sendo esta guerreira de sempre!!!! Muitos bjos
Paula
Nem preciso comentar nada, apenas dizer: PARABÉNS E CONTE CONOSCO SEMPRE. " Mamãe e Vovó " .
Te amamos mto
Bjao
Já faz tempo que nos conhecemos, no curso da Regina Beraldi, e indubitavelmente eu sabia que seu sucesso seria reconhecido!
Parabéns pelo prêmio!
Estou certa que muitos virão!
Abraço
Priscila Santos
Advogada de Direitos Autorais
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